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terça-feira, 17 de julho de 2012

Tour da Gralha Azul: Curitiba-Morretes-Graciosa-Curitiba

Quando iniciei minha trajetória pedalística em 2010 sempre ouvi dizer que um dos pedais mais difíceis de se concluir era o circuito Curitiba - BR 277 – Morretes – Subida da Graciosa – Estrada Dom Pedro – Curitiba. Um total de aproximadamente 150km que serve como uma espécie de passaporte para os bikers encarar qualquer outro desafio. 
Lembro-me que em 2011 tentei finalizar esse trajeto, mas fui vencido pela Serra da Graciosa. Dessa vez, resolvi refazer esse desafio, pois faltava no meu currículo essa aventura, a qual apelidei de Circuito da Gralha Azul.
Pois bem, no sábado (14), eu, Wendell, Diogo e Fabrício partimos do Posto da BR-277, às 7hs, para nossa pegada. 



A temperatura era de mísero 1ºC e, conforme avançávamos em direção a serra, o frio ia aumentando, ao ponto de, no pedágio, os termômetros marcarem -2ºC (eu disse: dois graus abaixo de zerooooooo!!!) Um frio de doer a espinha, congelar a alma, quebrar os dentes, e que, só mesmo um bando de loucos para encarar essa dificuldade sorrindo.



Aliás, por falar em louco, quando saíamos do pedágio eis que surge no horizonte, de bermuda e congelado, o Dalton, pronto para nos acompanhar na aventura. Com certeza, seu traje, na temperatura que estava, causou inveja até mesmo ao oil man... rsrsrsrsrsrsrsr...
Com o cafezinho grátis na veia partimos para a descida da serra da BR-277. O dia estava lindo e o frio insistia em não ceder. 





Descemos a serra sem problemas e, na altura do trevo de Morretes, os raios da bicicleta do Fabrício - de tanto tremerem de frio - resolveram se soltar, ocasionando uma parada na bicicletaria em Morretes para centragem na roda traseira.

Com a roda consertada rumamos para São João da Graciosa, passando antes por Morretes. 



No pé da serra abastecemos nossas energias antes de começar o ataque ao cume.




Determinados em vencer a Serra iniciamos nossa subida às 11hs. Girando perto dos 10km/h fomos avançando vagarosamente, mas decididos em conquistar o cume.

A cada curva, uma nova subida, a cada subida, uma nova curva. E assim foi até chegarmos ao mirante com o espetacular tempo de 01h25min de puro pedal.


Nesse momento, contemplar a exuberante natureza depois de vencer a serra foi, sem dúvida alguma, uma sensação ímpar e tornou o visual ainda mais belo e fascinante!



Contudo, faltava muito para chegar a Curitiba. Com as pernas doloridas pelo incrível esforço da subida tínhamos agora toda a difícil estrada Dom Pedro, com suas desafiadoras subidas, para vencer.

Ingressamos na histórica e afastada estrada certos de que provaríamos o limite do nosso corpo. 

A cada nova subida, uma guerra física e mental era desencadeada, mas conforme íamos aproximando de Quatro Barras o ânimo se reinventava. 
Próximo ao Contorno eis que fomos surpreendidos por uma calorosa recepção ciclística comanda pelo nosso amigo Burg Júnior. Uma recepção que revigorou nossas forças, deu novo ânimo ao grupo e foi decisiva para completarmos nosso desafio.

Em Quatro Barras paramos na padoca para um rápido lanche. Na sequência, pedalamos até o Alphaville e, de lá, cada um seguiu seu norte com mais um pedal extremo vencido!
Cheguei a minha residência com 145km na mochila, às 17hs, com mais uma linda história para o livro da vida.

Completar o Tour da Gralha Azul depois de pegar um frio de (-2ºC) não é para qualquer um (até mesmo Clayton Conservani ficaria de cabelo em pé... rsrsrsrs). É uma missão que somente um seleto grupo de ciclistas é capaz de realizar, o que, sem dúvida, deixa qualquer um orgulhoso pela conquista.

Obrigado Wendell, Fabrício, Dalton e Diogo pela agradável e indispensável companhia nesta pegada. 
Ao pessoal da escolta, saibam que foi nobre e bacana a iniciativa, ficamos felizes pela parceria na parte final do nosso tour! 


Dados do Pedal:


Participantes: 5 bikers
Quilômetros rodados: 145 km
Nível: Difícil/Fodox
Imprevistos: centragem de uma roda
Beleza Natural: 5 estrelas (uma até cinco estrelas)
Custo: R$ 12,00 (pamonha, água, caldo de cana, pão na chapa)


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pedal: Morro do Canal (ataque ao cume) - Aldeia Araça-I - Represa Cayguava

Abrindo os trabalhos pedalísticos do segundo semestre de 2012 resolvi convidar o pessoal para uma pegada até o Morro do Canal, com a possibilidade de realizar o esperado ataque ao seu cume, já que nunca tinha feito esta escalada, muito embora já tivesse visitado o Morro em três oportunidades.


O convite foi recepcionado por 8 bikers, sendo que 4 deles iriam até o pedágio somente.


Saímos, às 8h30min, do Posto da BR-277 em direção ao famoso cafezinho grátis na veia.


Sem qualquer imprevisto chegamos em 42 min ao Ponto de Apoio. A partir daí, como combinado, 4 bikers voltaram para Curitiba pela BR, porém Ricardo Kenji, Fabrício Valente, Sérgio e eu zarpamos para o Morro do Canal.


Rodando 12km por terra, logo estávamos no pé do Morro.
 O dia estava maravilhosamente belo e percebi que todos estavam animados com a possibilidade de observar o visual lá de cima.
Após alguns questionamentos feitos ao pessoal da base do Morro colocamos em votação se iríamos ou não atacar o seu cume.
Como tudo era novidade, pois era a primeira vez que todos fariam uma escalada, em votação unanimidade, partimos para o desafio.

Como aventureiros de primeira viagem não sabíamos exatamente o que nos esperava. 
No início, a trilha é fácil, porém, quanto mais avançávamos mais os paredões de rochas ficavam verticais, dificultando em muito nosso avanço, principalmente para o Fabrício e eu, que estávamos de sapatilha. 










Muito cansados e 1h depois de iniciar a escalada chegamos ao seu cume. 
A paisagem lá de cima é algo tremendo, sem explicação, coisa Divina! 










Entorpecidos pelo visual permanecemos cerca de 40 min contemplando a magnífica paisagem e, às 11h45min, começamos a descida, que foi finalizada 35min depois. 


Famintos, foi a hora de repor as energias na lanchonete local.

Perto das 14hs iniciamos nosso pedal de regresso. 
Minha ideia era passar pela Represa Cayguava e, de lá, voltar por Piraquara. 


Como fazia tempo que não ia para a região, acabei me perdendo e entrando na Aldeia Indígena Araça - I, sem saber que vivenciaríamos uma incrível experiência.  


A aldeia é daquelas como as retratadas nos livros de história. As casas são barro e os índios, que mal falavam português, indicavam o isolamento do local.    


Com uma certa tensão no ar fomos avançando até chegarmos ao núcleo da Aldeia. Nessa oportunidade, perguntei a um grupo de índios como fazíamos para chegar em Piraquara. 
Porém, uma índia (espécie de cacique), com um imenso facão na mão e falando o dialeto deles, começou a esbravejar, foi quando percebemos que não éramos bem-vindos. Rapidamente, demos meia-volta e saímos cantando pneu da Aldeia... rsrsrsrs


Apesar do susto, o que constatamos foi algo extremamente inusitado. Foi uma viagem no tempo e aos livros de história. Um local que merece todo nosso respeito, admiração e que deve ser preservado.


Passado o susto, retomamos a rota certa e passamos pela Represa Cayguava e, de lá, chegamos em Piraquara.



O sol era forte, o cansaço intenso e a fome tremenda, nessas condições, nada melhor do que um pit stop para um caldo de cana.
Reidratados, rasgamos pelo retão de Piraquara até Curitiba. 
No Carrefour Pinhais cada um seguiu seu norte, certos de que tivemos um dia espetacular e que entrou, com certeza, no rol como um daqueles inesquecíveis! 

Dados do Pedal:


Participantes: 4 bikers
Quilômetros rodados: 87 km
Nível: Difícil (pelo ataque ao cume)
Imprevistos: nenhum
Beleza Natural: 5 estrelas (uma até cinco estrelas)
Custo: R$ 14,00 (lanche, água, caldo de cana, cerveja)